sábado, 18 de fevereiro de 2012

Dica de Atividade: Mandala de Paetês



Admiro a beleza plástica da mandala, mas principalmente a aura de mistério que a envolve.
"As mandalas são objetos mágicos de diversas culturas: dos hinduístas, dos islâmicos, dos budistas, dos cristãos (as rosetas das catedrais), e das práticas xamânicas de diversas culturas ancestrais. Para os integrantes dessas culturas, as mandalas têm o poder de reorganização das energias astrais que estão ao seu redor, pelo padrão simétrico e harmônico de suas formas e cores, que compõem uma ‘geometria sagrada’. Concebe-se que estes instrumentos mágicos que são as mandalas, são utilizados para a harmonização de energias confusas em ambientes e também para meditação" (Article Marketing Brasil, 2011).
São propriedades simbólicas do círculo a perfeição e a ausência de distinção ou divisão. A imagem do círculo, e consequentemente da mandala, evoca equilíbrio, totalidade, integração de diferenças e interdependência. As mandalas são ainda, representações da psique, cuja essência nos é desconhecida. São símbolos do nosso processo de individuação e do self, inspiram serenidade e nos remetem ao sentimento de que a vida reencontrou seu sentido e sua ordem (Osteto, 2009).


Material utilizado:
Base circular em papelão ondulado, lápis, régua, cola branca, pincel para aplicação da cola, canutilhos e paetês.


Características gerais da atividade:
Para a execução desta atividade necessita-se de uma mesa ou bancada em área iluminada. É uma atividade simples, mas que requer paciência.
A colagem dos canutilhos e paetês exige coordenação motora fina e movimento de pinça de modo repetido. A atividade permite variabilidade de tamanho, pois se pode escolher uma base maior ou menor, e uma ampla variedade de desenhos. É uma atividade cuja execução do trabalho pode ser interrompida em qualquer etapa da produção.
A atividade pode ser desenvolvida tanto individualmente quanto em grupo. Os principais movimentos exigidos são os movimento funcionais de membros superiores, cabeça e tronco. Pode ser desenvolvida na posição sentada ou de pé, porém por se tratar de atividade repetiviva e demorada, é recomendável executá-la na posição sentada, com postura adequada em relação à superfície de trabalho.
A atividade exige percepção visual, tátil e visuomotora. Oferece oportunidade para explorar as noções de forma, tamanho, espaço, cor, quantidade e medida.
No aspecto psicológico, a confecção de uma mandala caracteriza-se por explorar potenciais e limitações, expressão criativa, atenção, concentração, originalidade, persistência, auto-valorização e organização.


Referências:

ARTICLE MARKETING BRASIL. O significado das mandalas.
Disponível em [http://www.artigosbrasil.net/art/artes/5746/mandalas.html%22] Acesso em 15/02/2012.

OSTETTO, L.E. Na dança e na educação: o círculo como princípio. Revista Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 35, n. 1, abr. 2009.

Solidão

(Augusto Jorge Cury)


“Na sociedade moderna o ser humano vive ilhado dentro de si mesmo, envolvido num mar de solidão.
A solidão é drástica, insidiosa e silenciosa.
Falamos eloqüentemente do mundo em que estamos, mas não sabemos falar do mundo que somos, de nós mesmos, dos nossos sonhos, dos nossos projetos mais íntimos.
Não sabemos discorrer sobre nossas fragilidades, nossas inseguranças, nossas experiências mais íntimas.
O homem moderno é prolixo para comentar o mundo em que está, mas emudece diante do mundo que é.
Por isso, vive o paradoxo da solidão.
Trabalha e convive em multidões, mas, ao mesmo tempo, está isolado dentro de si mesmo.
Muitos só conseguem falar de si mesmos diante de um psiquiatra ou de um psicoterapeuta, os quais têm tratado não apenas de doenças psíquicas, como depressões e síndromes do pânico, mas também de uma importante doença psico-social: a solidão.
Porém, não há técnica psicoterapêutica que resolva a solidão.
Não há antidepressivos e tranqüilizantes que aliviem a sua dor.
Um psiquiatra e um psicoterapeuta podem ouvir intimamente um cliente, mas a vida não transcorre dentro dos consultórios terapêuticos.
O palco da existência transcorre lá fora.
No terreno árido das relações sociais é que a solidão deve ser tratada. Lá fora é que o homem deve construir canais seguros para falar de si mesmo, sem preconceitos, sem medo, sem necessidade de ostentar o que se tem.
Falar demonstrando apenas aquilo que se é...
O que somos? Somos uma conta bancária, um título acadêmico, um status social? Não. Somos o que sempre fomos, seres humanos.
As raízes da solidão começam a ser tratadas quando aprendemos a ser apenas seres humanos.”