sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ocupar-se da Terapia Ocupacional

(Karina Rodrigues Matavelli Rosa)

"Necessita-se de Terapeutas Ocupacionais que verdadeiramente
se ocupem da Terapia Ocupacional!"



Ocupar-se da Terapia Ocupacional definitivamente, deveria ser tarefa primordial de qualquer terapeuta ocupacional. Explico-me dizendo que
ocupar-se desta profissão é diferente de tê-la somente como atividade profissional.

Ocupar-se da Terapia Ocupacional é fazer da prática terapêutica um lugar de investigações, dúvidas, questionamentos, busca de conhecimentos, enfim, de construção contínua e constante de teoria a partir das técnicas utilizadas na tríade: paciente-terapeuta-atividades.

Ocupar-se da Terapia Ocupacional é um investimento antes de tudo pessoal, pois necessita inevitavelmente de dedicação, tesão, paixão por tudo aquilo que FAZ na prática clínica, profissional.

Ocupar-se da Terapia Ocupacional é ter a tranquilidade e a segurança de dizer aos colegas que nos questionam sobre nossa prática clínica, que trabalhamos, sim, com atividades do Senso Comum, mas a essência e a excelência de profissionais que constroem cotidianos a partir da relação e das experiências peculiares ao nosso Setting Terapêutico.

Ocupar-se da Terapia Ocupacional é não se abater e calar diante da escassez de teorias a respeito da verdadeira identidade da Terapia Ocupacional. É buscar, buscar, buscar, em nosso setting, as perguntas e respostas que irão nos nortear na construção complexa e imprescindível de elementos teóricos que caracterizem verdadeiramente a Terapia Ocupacional.

Ocupar-se da Terapia Ocupacional é questionar a todo momento sobre a ética e a estética da nossa prática clínica, para que a Terapia Ocupacional sobreviva.

Ocupar-se da Terapia Ocupacional é participar ativamente dos debates e embates com os demais profissionais da saúde, demarcando território e defendendo com propriedade o que é só nosso.

Ocupar-se da Terapia Ocupacional é poder experimentar, vivenciar a chegada e a partida de sujeitos que, com o nosso investimento pessoal e a nossa prática clínica, conseguem seguir o caminho ocupando-se de suas próprias vidas.


* Publicado originalmente na Revista Ceto - ano 10 - nº 10- 2007