terça-feira, 14 de janeiro de 2014

45 lições

(Regina Brett, 57 anos, assina uma coluna no "The Plain Dealer" em Cleveland, Ohio)

Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia escrevi as 45 lições que a vida me ensinou:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno .

3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.

5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.

6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.

8. É bom ficar bravo com Deus e Ele pode suportar isso.

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.

12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que é a jornada deles.

14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos, mas não se preocupe; Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.

19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.

20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic.  Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.

23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir  roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..

26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todo mundo.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.

31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.

33. Acredite em milagres.

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.

36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.

37. Suas crianças têm apenas uma infância.

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.

39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos  nossos mesmos problemas de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor ainda está por vir.

43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.

44. Produza!

45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

sábado, 11 de janeiro de 2014

O sonho

[Clarice Lispector]




"Sonhe com aquilo que você quer ser,

porque você possui apenas uma vida

e nela só se tem uma chance

de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.

Dificuldades para fazê-la forte.

Tristeza para fazê-la humana.

E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.

Elas sabem fazer o melhor das oportunidades

que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.

Para aqueles que se machucam

Para aqueles que buscam e tentam sempre.

E para aqueles que reconhecem

a importância das pessoas que passaram por suas vidas."

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O papa e as drogas

[Ronaldo Laranjeira]



O mundo vem se surpreendendo com o papa Francisco, suas demonstrações de humildade e também, talvez principalmente, com sua firme disposição em promover reformas na Igreja, punindo severamente práticas de pedofilia e desvios de dinheiro do banco do Vaticano.

Entre os temas controversos e considerados tabus, Francisco já disse que os gays não deveriam ser julgados por sua opção.

Sobre as drogas, o papa deixou clara sua crítica aos que discutem a liberalização dos entorpecentes, afirmando que não é por este caminho, como se discute em países da América Latina, que será possível diminuir a difusão da dependência.

Quando visitou o Brasil, Francisco visitou um centro de recuperação e reconheceu o "santuário do sofrimento humano" que ocorre nesses locais.

A mensagem do papa ponderou, entretanto, que os dependentes são os principais protagonistas de sua recuperação, e que, apesar de a Igreja e muitas pessoas estarem do lado dos usuários de drogas, ninguém pode fazer a "subida" no lugar deles.

É consenso, tanto do ponto de vista da Igreja como dos líderes políticos da América Latina, e mesmo de integrantes da OEA, que a criminalização do uso de drogas, com severa punição dos usuários, é um modelo que fracassou na região.

Vejo, no entanto, com muita preocupação as tentativas de se liberar o comércio de crack, cocaína, maconha, ecstasy e outros entorpecentes. Tal medida, sob o argumento de neutralizar o tráfico, combater os traficantes e a influência que exercem sobre os dependentes, abre um caminho sem volta para que mais pessoas tornem-se reféns das drogas.

No Estado de São Paulo, o programa Recomeço, de combate à dependência química, em especial à epidemia do crack que reina nas principais capitais e regiões metropolitanas brasileiras, segue diretriz bem similar à nova visão mundial sobre o enfrentamento desta problemática, tratando o tema menos como uma questão de polícia e mais de saúde pública e resgate da cidadania.

O governo paulista vem promovendo uma verdadeira revolução na assistência aos dependentes de crack, com expressiva ampliação dos leitos de enfermaria para internação dos casos mais graves, articulação e integração com outros serviços de saúde e assistência social de perfis complementares, como os Caps Ad (Centros de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas), comunidades terapêuticas e moradias assistidas.

Na capital paulista, o Plantão Judiciário e a Unidade Social implantados no Cratod (Centro de Referência em Álcool Tabaco e outras Drogas) vem proporcionando agilidade a processos de encaminhamento dos dependentes tanto para assistência ambulatorial quanto para internações voluntárias, involuntárias e compulsórias, todas previstas em lei. E a oferta de leitos de enfermaria para tratamento dos dependentes no Estado mais do que duplicou desde 2011.

Já o Cartão Recomeço soma esforços ao financiar uma fase importante do tratamento de alguns pacientes em comunidades terapêuticas, período em que, após a desintoxicação, é necessário um tempo para que o dependente reaprenda como é o mundo sem a droga.

A estruturação e a expansão da rede Recomeço são essenciais para oferecer todas as alternativas terapêuticas possíveis visando à recuperação e reinserção social dos dependentes químicos. Mas o esforço próprio de cada paciente é que determinará se o final da caminhada será ou não bem sucedida.

RONALDO LARANJEIRA, 58, psiquiatra e professor titular de psiquiatria da Unifesp, é coordenador do Programa Recomeço, do governo do Estado de São Paulo